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'Black Friday' supera projeção de redes

Foi o melhor faturamento diário da história do varejo on-line brasileiro.

Foi melhor do que o esperado, mas deu alguma dor de cabeça. A versão brasileira do "Black Friday", a maior ação promocional do varejo americano, bateu recordes de vendas mesmo em relação às estimativas agressivas das redes. Foi o melhor faturamento diário da história do varejo on-line brasileiro. Mas o Procon-SP notificou sete grandes varejistas por indícios de maquiagem nos descontos. E também aconteceram apagões nos sites das lojas, o que causou irritação nos consumidores.

Segundo a consultoria e-bit, a data movimentou cerca de R$ 200 milhões em vendas no varejo on-line entre a zero hora e as 17 horas da sexta-feira. A soma total deve superar os R$ 200 milhões porque a ação promocional terminou à meia-noite da sexta. Esse número é o dobro dos R$ 100 milhões em vendas de 2011. Na previsão inicial, a estimativa era chegar a R$ 135 milhões neste ano.

Alguns produtos chegaram a ter os estoques esgotados no fim da manhã, segundo o comando do Walmart. "Fraldas, medidor de pressão arterial e aspirador de pó acabaram antes do meio-dia", disse Flávio Dias, diretor do negócio de comércio eletrônico do Walmart. "A meta era triplicar as vendas em relação a 2011, mas até o final da tarde, conseguimos quintuplicar o valor vendido", disse.

Na primeira hora de abertura, entre a zero hora e a 1 hora da manhã, foram registrados mais de 75 mil acessos simultâneos, sete vezes mais que no ano passado, segundo o portal Busca Descontos, que trouxe o evento em 2009.

Apesar do frenesi causado, a maioria dos produtos vendidos nas lojas não tinha desconto -próximo da taxa máxima anunciada, de até 80% de redução. Lojas físicas também participaram da ação no Brasil. Além disso, ainda aconteceram problemas de conexão com os sites ao longo do dia.

Na tarde de sexta-feira o Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, notificou sete empresas participantes por "indícios de maquiagem nos descontos" com base em denúncias que chegaram do consumidor. São elas: Extra (lojas física e virtual), Ponto Frio, Submarino, Americanas.com, Wal-Mart, Saraiva e Fast Shop. A maquiagem acontece quando a rede eleva o preço antes da promoção, e informa, portanto, que o desconto é maior. O Procon-SP deu prazo para receber respostas até 30 de novembro. A Fast Shop e a B2W informam que entregarão documentos que comprovam os descontos. O Walmart nega que tenha agido dessa forma. "Planejamos com meses de antecedência e podemos provar os descontos. Isso nos deixa muito irritados", afirmou Dias. A Saraiva não se posicionou na sexta-feira, pois informou que ainda não foi notificada, mas observou que respeita os direitos do consumidor - a Nova Pontocom, dona do site do Extra, informou o mesmo e ressaltou que as ofertas são "legítimas".

Nos Estados Unidos, pela primeira vez, o varejo on-line superou US$ 1 bilhão em vendas na "Black Friday", segundo a empresa de pesquisa comScore, informou a Reuters.